A música pode ser uma grande ferramenta para melhorar o desempenho do seu aluno.

Ouvir música durante o exercício não apenas alivia o tédio – pode ajudar a melhorar a qualidade do seu treino, aumentando sua resistência e melhorando seu humor. ^[1]

Em particular, as músicas motivacionais ou sincronizadas com o seu exercício têm efeitos físicos e psicológicos. ^[2] Quando uma música tem uma batida forte e constante, por exemplo, você pode pedalar ou correr ao ritmo dessa música, o que tende a parecer satisfatório e pode inspirá-lo a se exercitar mais. A letra ou o ritmo cativante da música motivacional o inspiram a se exercitar mais ou a trabalhar mais durante sua rotina de exercícios.

Aprimorando o desempenho físico

Estudos mostram que a música em ritmo mais rápido tende a ajudar a melhorar o desempenho atlético quando uma pessoa se envolve em exercícios de nível baixo a moderado, aumentando a distância percorrida, o ritmo ou as repetições concluídas. ^[2] Por exemplo, um estudo de 2006 que analisou o efeito da música na seleção da velocidade da esteira descobriu que, ao ouvir música em ritmo acelerado, os participantes aumentavam o ritmo e a distância percorrida sem se cansar. ^[3]  Outros estudos tiraram conclusões semelhantes, ^[4] sugerindo que ouvir música com mais batidas por minuto pode melhorar o desempenho físico durante exercícios de nível baixo a moderado.

Vários estudos mostraram como o ritmo exato, medido em batimentos por minuto, afeta o nível de exercício de uma pessoa. Esses estudos determinaram que o ritmo ideal necessário para o desempenho máximo depende do tipo de exercício. Um estudo de 2011 mostrou que, para alcançar o melhor desempenho para o ciclismo (calculado pela medição da intensidade do exercício por meio da freqüência cardíaca), o ritmo preferido é entre 125 e 140 batimentos por minuto (bpm). ^[5]  Um estudo publicado em 2014 mostrou que o melhor andamento da música para melhorar o desempenho na esteira é entre 123 e 131 bpm. ^[6]  Uma razão plausível para o fato de diferentes tipos de exercício terem ritmos ideais diferentes está relacionada à capacidade de acompanhar o ritmo da música, sincronizar passos ou pedalar ao ritmo da música.^[2] Como o ritmo difere na esteira em relação à bicicleta ergométrica ou elíptica, são necessárias músicas de ritmos diferentes para alcançar o desempenho ideal para vários exercícios.

Pesquisadores começaram recentemente a buscar explicações mais detalhadas sobre por que a música pode melhorar o desempenho dos exercícios. Um estudo de 2010 liderado pelo psicólogo esportivo CI Karageorghis afirma que a música pode melhorar o desempenho atlético de duas maneiras: pode atrasar a fadiga ou aumentar a capacidade de trabalho. ^[7]  Segundo este estudo, os efeitos da música levam a “níveis acima do esperado de resistência, potência, produtividade ou força”. ^[7]

North e Hargreaves sugerem que a música distrai da dor sofrida durante o exercício através de estímulos sensoriais concorrentes, ^[8]  porque é mais fácil esquecer a dor ou o cansaço quando uma música que você gosta está distraindo você.

Conclusão

Escolher a música que seu aluno mais gosta e que se encaixa na rotina de exercícios pode ajudá-lo a aproveitar ao máximo sua experiência de exercício. Mas como todo mundo tem um ritmo e intensidade diferentes de treino, determinar exatamente o andamento do trabalho para você pode ser um processo de tentativa e erro.

Jenny Markell, National Center for Health Research http://www.center4research.org/

1. Karageorghis, C.I., Priest, D.L., Williams, L.S., Hirani, R.M., Lannon, K.M., & Bates, B.J. (2010). Ergogenic and psychological effects of synchronous music during circuit-type exercise. Psychology of Sport and Exercise, 11(6), 551-559.
2. Karageorghis, C.I., & Priest, D.L. (2012). Music in the Exercise Domain: A Review and Synthesis (part II). International Review of Sport and Exercise Psychology, 5(1), 67-84.
3. Judy Edworthy & Hannah Waring (2006) The effects of music tempo and loudness level on treadmill exercise, Ergonomics, 49:15, 1597-1610, DOI:10.1080/00140130600899104
4. Hodges, D.A. (2009) Bodily Responses to Music. In S. Hallam, I. Cross and M. Thaut (Eds.) The Oxford Handbook of Music Psychology, (pp. 121-130). New York: Oxford University Press. Tenenbaum G. A social-cognitive perspective of perceived exertion and exertion tolerance. In: Singer R.N., editor; Hausenblas H.A., Janelle C., editors.Handbook of sport psychology. New York: Wiley; 2001. pp. 810–822.
5. Karageorghis, C. I., Jones, L., Priest, D. L., Akers, R. I., Clarke, A., Perry, J. M., et al.(2011). Revisiting the exercise heart rate-music tempo preference relationship. Research Quarterly for Exercise and Sport, 82, 274-284.
6. Karageorghis, C. & Jones, L. (2014). On the stability and relevance of the exercise heart rate-music-tempo preference relationship. Psychology of Sport and Exercise, 15(3), 299-310.
7. Karageorghis, C.I., Priest, D.L., Williams, L.S., Hirani, R.M., Lannon, K.M., & Bates, B.J. (2010). Ergogenic and psychological effects of synchronous music during circuit-type exercise. Psychology of Sport and Exercise, 11(6), 551-559.
8. North, A. & Hargreaves, D. (2008). Music and Physical Health, In The Social and Applied Psychology of Music, pp. 301-311. Oxford: Oxford University Press.